PGA - Nova escala em direcção ao futuro ?

Pois é, vão fazer 6 anos dia 1 de Janeiro de 2007 que pertenço a esta companhia. A sua história remonta a 1989 quando foi decidida a abertura à iniciativa privada do transporte aéreo em Portugal. Em 1990 começaram as primeiras operações, dai até à internacionalização foi um passo.
Muitos momentos tenho passado nesta companhia e muito aprendi, a nivel profissional e humano, neste louco mundo da aviação, mas ao mesmo tempo apaixonante. Desde que comecei com 23 anos no balcão de vendas até aos meus 29 anos em que trabalho na àrea de tarifas e parcerias internacionais que assisti a muita coisa.Desde a falhada tentativa de entrada na pseudo aliança da Swissair, terceiro negócio falhado de entrada no grupo TAP e finalmente entrada na aliança Sky Team patrocinados por esse grande monstro da aviação mundial chamado Air France. Nos últimos tempos tudo se precipitou noutro rumo diferente, mais uma vez ...
A TAP sempre olhou para a PGA como um adversário pequeno mas incómodo, foi uma companhia que se destacou pelo serviço de excelência que prestava aos seus passageiros e profissionalismo do seu staff. Um dos ultimos episódios deste namoro dá-se a 2de Julho de 2006. Numa reunião oficial do conselho da Sky Team em Paris, perante a presença dos mais altos representantes de várias companhias, incluindo a PGA pelo seu presidente, a companhia é oficialmente aceite como membro associado da aliança com o "apadrinhamento" da Air France. A TAP após a falhada tentativa de aquisição da mais que falida Varig vira baterias para o mercado interno. A PGA está agora, depois da adesão à aliança Sky Team, a definir claramente um rumo estratégico que lhe poderá dar força e dimensão e assumir-se como verdadeira lança da aliança em Portugal e quem sabe na Peninsula Ibérica, apesar da Air Europa.
Tal situação desagrada logicamente à TAP, que já tem preocupações de sobra com outros concorrentes, ter mais um a bater-lhe directamente no "seu território" pode ser incomodativo e danoso. Prevenindo um crescimento da PGA, a TAP através do Governo, e sabendo do interesse de venda do Grupo Espirito Santo, enceta negociaçõespara a compra da Portugália, integrando-a no Grupo TAP ( que entre várias empresas detêm a TAP Transportes Aéreos ). O GES saneia financeiramente a companhia colocando o passivo a zero e vende-a à TAP por 14o milhões de euros. Este valor envolve obviamente um custo às vezes um pouco especulativo mas de grande importância que é a marca PGA. Mais assuntos envolveram tudo isto mas o que interessa frisar é que o negócio foi fechado ( a TAP ainda adquiriu por mais 4 milhões de euros a participação da PGA de 6% na Ground Force que opera na àrea de Handling ).
Concluido o negócio, falta apenas a "luz verde" da autoridade da concorrência para a sua oficiliazação. Não por acaso o Banco Espirito Santo já se ofereceu para liderar o sindicato bancário que vai montar o financiamento desta operação... Enfim é um negócio que encaixa bem porque sendo companhias diferentes,complementam-se e podem criar uma rede aérea extremamente dinâmica e interligada usando o longo curso da TAP como alimentador das rotas europeias e vice-versa. Os Palop apresentam oportunidades enormes, o transporte aéreo está ligado a elas de uma forma intima. Dentro da Europa os critérios comerciais ( concorrência, custos, frota ) definirão eventualmente o desenho da operação. A Star Alliance , onde a TAP está integrada irá naturalmente ter um papel importante no desenhar desta futura nova rede.
Aguardemos então novos vôos da PGA, galardoada por seis vezes consecutivas como a melhor companhia regional da Europa. Marcou sem duvida o transporte aéreo nacional e as mentalidades vigentes, num pais de curtas vistas ...muitas vezes porque convem ver de perto, porque ao longe não agrada...
Daqui uma homenagem a todos os actuais 725 funcionários desta companhia e todos os outros que por ela passaram, o futuro vai ser concerteza melhor e sem as tormentas de outros tempos... esperemos